O Brasil voltou a aparecer no noticiário internacional. “Bribery Scandal” (escândalo de suborno) é a manchete da vez acompanhada da alta do dólar e da queda da bolsa. Foram poucos segundos, o suficiente para diferenciar a Coreia do Sul do nossa república federativa. Sim, do outro lado do mundo a Presidente foi retirada rapidamente por muito menos. Algo que o Temer fez e nem virou manchete, dar informações privilegiadas para o setor privado (Temer foi gravado dizendo para um empresário que a taxa de juros cairia 1%).
Não há saída honrosa para Temer. A conversa gravada pelo dono da JBS é ainda mais medíocre do que o triplex do Lula. Na gravação, o empresário despeja uma série de informações esperando que o Presidente se incrimine de alguma forma. Tudo o que o Brasil ouve é “Tem que manter isso”. E esta ordem é o que norteia o Brasil desde o seu descobrimento. Aliás, poderia substituir o dizeres de “Ordem e Progresso” na bandeira nacional. “Tem que manter isso” é uma espécie de maldição que caiu sobre o país, uma praga que deve ter sido rogada pelos indígenas quando avistaram as primeiras caravelas.
No seu pronunciamento de ontem, Temer defendeu o mote brasileiro de maneira muita clara: a alternativa ao “Tem que manter isso” é voltar ao fundo do poço. E o problema do poço chamado Brasil não é a profundidade e sim a capacidade de uma nação de estar sempre cavando mais fundo. Continuamos acreditando em salvadores de pátria, somos vítimas da polarização política e da ignorância generalizada.
Espero que as coisas melhorem no Brasil, mas não tenho nenhum motivo para acreditar que isso vai acontecer um dia.