A Cidade Velha

Hoje caminhamos cerca de 15 km por dentro da Cidade Velha de Jerusalém. Andamos pelos bairros muçulmano, cristão, armeno e judeu. Fomos até a Igreja do Santo Sepulcro, percorremos toda a Via Dolorosa e visitamos o Muro das Lamentações.

A cidade velha parece um verdadeiro labirinto com suas construções em pedra e corredores estreitos. Pequenas banquinhas vendem de tudo: suco de romã, falafel, souvenirs das diferentes religiões, especiarias, roupas e muito mais.

Fui até a parte do muro permitida somente para homens onde as pessoas rezam e deixem pequenos pedaços de papel com pedidos entre as pedras do muro. Uma experiência muito diferente, com certeza.

Comi o melhor falafel da minha vida no Moshiko, uma lanchonete perto do hotel. A comida daqui é muito boa em geral e sempre muito bem temperada.

Amanhã seguiremos para o Monte das Oliveiras. Tudo aqui tem ladeiras e escadas o tempo todo. Por sorte, a temperatura  está bem agradável, na casa dos 23 graus.

Jerusalém

Chegamos em Jerusalém para o Yom Kippur, o dia do perdão. Durante 25 horas, o comércio fecha completamente e os judeus não comem, bebem qualquer tipo de líquido, trabalham ou utilizam qualquer tecnologia. É o feriado mais importante do ano.

Nossa viagem começou em um Toyota Prius. O táxi nos deixou no terminal 2 do aeroporto às 4h da manhã. Já tínhamos feito o check-in online e seguimos direto para a sala de embarque. Decolamos às 6h em um voo da Norwegian Airlines em direção à Tel Aviv. a viagem dura 4h25 e Israel está uma hora a frente da Espanha. 

Em Tel Aviv alugamos um carro e pegamos a estrada. Os supermercados fecham às 15:00 na sexta-feira e, devido ao Yom Kippur, tudo permanece fechado até o por do sol de sábado.

Pouco depois das 15h, a cidade já parecia abandonada. Procurei um estacionamento para deixar o carro e estavam todos com a cancela aberta e sem funcionários. Acabei deixando na rua mesmo (o estacionamento não é cobrado durante o shabbat).

Compramos água, pão, leite, queijo, presunto, café, cereal, iogurte e alguns salgadinhos locais com húmus  para um lanche. 

A cidade velha é realmente fantástica. A atmosfera é única e parecemos estar em um livro de história. Além de todas as referências das religiões abraâmicas que aconteceram aqui, há também uma parte considerável da história da humanidade que foi escrita aqui nos últimos 6.000 anos.

Amanhã conheceremos melhor a cidade. Até agora tudo pareceu fantástico! 

Visita

Hoje estamos recebendo a nossa terceira visita em Barcelona. Depois das amigas da Noruega e da minha mãe, chegou a vez da mãe da Sarah.

O voo foi bem tranquilo e agora é só ela descansar um pouco. Amanhã começamos os passeios pela cidade.

Na TV

O que falar de um desenho animado que tem Nina Simone na trilha sonora? Na sua quarta temporada, Will Arnett interpreta a voz de Bojack Horseman, um cavalo que ficou famoso em um sitcom dos anos 90.

Para quem não tem paciência de assistir o desenho, O mesmo Will Arnett tem outra série na Netflix chamada Flaked, em que interpreta uma versão sem grana de Bojack.

Acabei de assistir Narcos recentemente. A série tem José Padilha como produtor executivo (ele também dirigiu 2 episódios) e contou com Wagner Moura nas duas primeiras temporadas. Estou gostando muito da terceira temporada, apoiada no talento do ator chileno Pedro Pascal (Agente Peña) e do argentino Alberto Ammann (Pacho).

A última temporada de House of Cards está bem ruim. Não existe mais clima para séries sobre política americana. A realidade superou a ficção e tomou tamanha complexidade que ninguém mais considera o tema fonte de entretenimento.

Os serviços de streaming deram muitas opções de conteúdo ao telespectador. Entre Amazon Prime Vídeo, HBO España, Netflix e a Movistar, são dezenas de séries originais recém-lançadas que eu tenho acesso. Muitas produções de baixa qualidade, muitos atores sendo sub-aproveitados e muito dinheiro sendo jogado fora. Muita gente está pagando €7/mês para assistir meia dúzia de séries boas por ano, mas o mercado não deve crescer mais no mesmo ritmo. A saturação é inevitável. É no fim das contas, de €7 em €7 a conta no fim do mês acaba ficando salgada.

Estava pesquisando sobre a Globo Internacional aqui na Europa. O canal mistura a programação da Rede Globo com um pouquinho dos canais Globosat (GloboNews principalmente). Eles vendem o serviço somente por streaming na maioria dos países. É natural que a Globo se transforme em um serviço de streaming no Brasil também. As pessoas já se habituaram a ver conteúdo on-demand na Netflix e no YouTube e não terão mais paciência de esperar o horário deste ou daquele programa na TV.

Resolvi fazer um test-drive da Globo aqui em casa e hoje pela manhã a Ana Maria Braga e o Louro José entraram aqui na sala de casa pela primeira vez. Plin-Plin!

Cavas & Cocas

Hoje fomos jantar em um restaurante típico catalão no bairro gótico. A especialidade do local são as cocas, um pão com “coisas” em cima. As “coisas” em questão são similares aos recheios de pizza, tal como queijo e presunto. O sabor tradicional leva pimentões assados e queijo de cabra.

Tivemos como companhia duas amigas, uma de Lyon na França e outra que mora em Dublin na Irlanda. Elas vieram passar o fim de semana em Barcelona para comemorar o aniversário de uma delas.

A Sarah conheceu a Julia que mora em Dublin enquanto estava tirando o passaporte italiano na Calábria. Ela morava em São Paulo antes e se mudou para Dublin depois de conseguir a cidadania. A amiga francesa, Blandine,  estudou inglês em Dublin com ela.

A noite foi muito agradável e é sempre bom trocar ideias com pessoas morando em outras cidades da Europa. Comparamos climas, preços e  trocamos dicas de viagem.

Mais uma historinha

Todo mundo sempre fala dos botões da privada no Japão (e na Coreia do Sul), mas ninguém fala do controle da TV e do ar condicionado.

Esse hotel que ficamos em Busan, na Coreia do Sul, não estava esperando nenhum turista estrangeiro quando comprou esses controles remotos. A sorte que a TV era da Samsung, de um modelo similar ao que eu tinha na época e eu consegui lembrar da posição dos botões de cabeça. Já o ar condicionado foi na tentativa e erro mesmo. Um detalhe, o piso do quarto desse hotel era aquecido. Tinha um termostato na parede.

Caso você esteja curioso em relação aos vasos sanitários orientais, segue um exemplo:

Histórias bobas

Quem viaja muito coleciona histórias para contar. Depois de alguns anos, as que ficam na memória são as situações peculiares que passamos longe de casa.

Quando se está o tempo todo na estrada, os hotéis se transformam em uma segunda casa. Quando entro em um quarto de hotel pela primeira vez, testo tudo e leio tudo que está escrito. E isso já me colocou em situações curiosas.

Em Osaka, chegamos tarde da noite e fomos até um hotel de uma rede japonesa. O quarto apertado parecia uma caixa e o banheiro, logicamente, tinha aquela privada típica com um milhão de botões. A TV não queria funcionar de jeito nenhum. Depois de muito tentar, liguei pra recepção e depois de alguns minutos chegou um funcionário. Ele reconectou um fio de antena que estava no chão atrás do móvel e a TV voltou a funcionar. Depois de 5 minutos zapeando pelos canais descobri que todos os 50 canais da TV estavam em japonês. Resumindo, tinha perdido uma hora de sono para resolver o problema e só então descobri que a TV não servia para nada.

Na Tailândia passei por uma situação delicada no hotel. Entrei no quarto, testei tudo e fui ler a documentação do minibar. Dizia que o quarto tinha os itens listados e que seriam cobrados os itens faltantes. Como não encontrei alguns dos produtos da lista, resolvi ligar na recepção.

– Boa noite, estão faltando alguns itens da lista no meu quarto. Falta um bálsamo de tigre e uma camisinha.

– O senhor gostaria que levássemos até o seu quarto agora?

– Não, não. Eu não preciso dos itens. Eu só não quero ser cobrado por eles depois.

Quando desliguei o telefone, a Sarah estava chorando de rir do outro lado do quarto com aquele conversa surreal. Imagine o que passou pela cabeça do recepcionista do hotel. O casal faz check-in, entra no quarto e já pede camisinha e bálsamo de tigre. E o pior, você sabe o que é o tal bálsamo de tigre? É Gelol! É isso mesmo, o cara deve ter imaginado que eu ia jogar a mulher na parede e já ia passar Gelol em seguida.

Viajar é isso. Colecionar histórias bobas, mas que no final são as experiências que guardamos na vida.

Seguro para tudo 

No mês passado consegui, não sei como, quebrar uma das lentes dos meus óculos. Peguei o reserva e deixei o quebrado na gaveta. Ontem, fui na ótica pra ver o que poderia ser feito e qual não foi a minha surpresa ao descobrir que eu tinha feito um seguro dos óculos!

Graças ao seguro só precisarei pagar uma pequena parte do valor da lente, exatamente €37. A lente nova chega daqui a uma semana e será montada na armação na hora.

Esse não é o único seguro que tenho aqui em Barcelona. Também fizemos o seguro do apartamento que moramos, para evitar qualquer surpresa desagradável no futuro.