Como já era esperado, o governo espanhol irá utilizar o artigo 155 na Catalunha. Até sexta-feira, o senado deve votar a matéria e começar a destituição do governo local.
Saímos agora à noite e a cidade estava com a atmosfera de sempre. Muita gente na rua, feirinhas e torcedores do Barcelona a caminho do jogo de hoje contra o Málaga. Claro, há protestos no centro e, provavelmente, haverá panelaços às 10 da noite (horário habitual do catalão para bater panelas na janela).
Até aqui, tudo muito civilizado e pacífico. Infelizmente, não há diálogos entre as partes. Faz parte da realidade em que vivemos atualmente, todos querem ser ouvidos, mas ninguém está disposto a escutar.
Eu particularmente sou contra a existência de fronteiras e passaportes, logo, a criação de mais um país me parece uma péssima ideia. Entendo por outro lado que os catalães (e os espanhóis em geral) estão cansados da corrupção do governo central e que as promessas de um futuro brilhante da nova república enfeitiçam uma geração de jovens desiludidos com um alto índice de desemprego que ainda assola a Espanha.
Novas eleições devem ser convocadas em janeiro para substituir o governo atual. Até lá, um governo provisório formado por ministros deve assumir a administração da Catalunha.
Depois de mais de um ano aqui, nos inscrevemos na saúde pública local. Agora tenho um médico de cabeceira e uma enfermeira em um hospital aqui ao lado de casa. Já fiz minha primeira consulta e estou fazendo exames de rotina para, em seguida, fazer a derivação para os especialistas. Comecei também a fazer um tratamento no dentista (este no plano particular) para cuidar das minhas gengivas e bochechas.