Segurança, saúde, educação e transporte público – estes são os serviços essenciais que o ser humano precisa ter para uma vida digna. Um país que não oferece isso a todos os seus cidadãos gera desigualdade que culmina em violência e caos. Vide Brasil.
A Espanha, um dos países pobres da Europa, tem um salário mínimo de aproximadamente €800 (R$ 2.750,00). Com esse dinheiro, o espanhol pode alugar um quarto em Barcelona por €300 e ter €500 para gastar em alimentação, lazer e transporte.
Para se locomover pela cidade, os residentes na Espanha podem comprar o T-MES, o passe mensal com acesso ilimitado ao transporte público de toda região metropolitana de Barcelona por €52,75 (R$180,00).
Com aluguel e transporte pagos, quem mora na Espanha tem praticamente €450 do seu salário mínimo para viver. Considerando o gasto mensal de uma pessoa com alimentação em €250, sobram ainda €200 para outros gastos. Como a saúde e a educação são gratuitas, não há mais despesas obrigatórias no orçamento. Enquanto isso, no Brasil, o salário mínimo subiu para R$ 937,00.
O problema de segurança no Brasil é um sintoma de toda essa desigualdade social potencializada pelo tráfico de drogas e armas. Para diminuir a desigualdade social, a distribuição de renda e a valorização do salário mínimo ajudariam. Descriminalizar as drogas e legalizar o aborto também seria importante. Mas estas não são as prioridades da sociedade brasileira.
Enquanto o povo se distrai com a Lava-jato, a corrupção continua aumentando em todas as esferas de poder. Para quem trabalha com licitações públicas, o dinheiro continua rolando solto e o governo atual está custando mais caro do que o último que ficou 13 anos no poder. Isto porque a manutenção deste governo provisório é muito mais complexa do que o que foi eleito.
Em 2017, com uma possível queda do governo, o Brasil mergulhará em um caos ainda maior. Se conseguir se manter no poder, o atual governo precisará expandir ainda mais a corrupção. Será um ano, no mínimo, difícil para o país.