Belém

Hoje fomos até a Basílica da Natividade em Belém. Lá fica o local da manjedoura de Jesus. Para os menos religiosos ir a Belém tem outro significado: atravessar a fronteira e entrar no território palestino.

Nosso carro alugado não pode entrar no território palestino e por isso pegamos um ônibus árabe em Jerusalém Oriental que para a 1,4 km da Basílica. Fizemos o restante do caminho a pé.

Para sair de Jerusalém não houve nenhuma fiscalização, mas na volta os palestinos descem do ônibus para mostrar os documentos. Os turistas ficam dentro do ônibus e devem mostrar o passaporte e o visto.

A cidade de Belém é um pouco mais caótica e pobre do que Jerusalém. Taxistas e “guias” oferecem seus serviços o tempo todo. Mas fora este pequeno incômodo, a cidade parece segura.

A Basílica é dividida em várias partes, cada uma de uma divisão diferente do cristianismo. Há uma rixa histórica entre as religiões no local. Para entrar na Basílica é necessário passar pelo portão da humildade, uma pequena porta que obriga o visitante a se agachar para entrar. O motivo da porta pequena é de ordem prática: a original foi diminuída para que ladrões não entrassem de carroça para roubar os artefatos.

No fim do dia seguimos para Tel Aviv. A cidade será a nossa a base nos próximos 4 dias. Pretendemos visitar o Rio Jordão, o Mar da Galiléia, Nazaré e Haifa.

424 metros abaixo do nível do mar

Hoje entrei no Mar Morto, um lago que tem a sua água quase sólida, tamanha é a quantidade de sal (26% de sal na água). O Mar Morto fica na parte mais profunda na superfície da Terra, a aproximadamente 424 metros abaixo do nível do mar. Uma experiência única e fantástica!

Depois subimos de teleférico até o Masada, a 440 metros de altura do Mar Morto ou a 16 metros do nível do mar. O local era um palácio e fortaleza do Rei Herodes e foi construído no ano 40 a.C. Na foto abaixo, o Mar Morto visto do Masada.

Atravessamos ainda o Deserto da Judeia e avistamos um acampamento de beduínos. Passamos a apenas 21 km da Faixa de Gaza e andamos mais de 300 km pelo país.

O Monte das Oliveiras

Começamos o dia na Cúpula da Rocha, local sagrado para judeus, cristãos e muçulmanos onde Abraão levou seu filho Isaac ou Ismael (dependendo da religião) para o sacrifício.

O templo muçulmano foi construído após a destruição do templo antigo que era sagrado para os judeus. Por este motivo os judeus começaram a ir até o lado ocidental do muro de Jerusalém para lamentar o ocorrido, daí o nome Muro das Lamentações.

Na segunda parte do nosso dia fomos até o Monte das Oliveiras. Na foto acima, é possível ver a cidade velha de Jerusalém vista do Monte das Oliveiras. Fizemos todo o percurso a pé, passando por todos os locais citados na Bíblia que contam a história de Jesus. Fomos nas tumbas dos profetas, na catacumba da Virgem Maria e onde Jesus foi tentado, traído, onde ele chorou e onde rezou o primeiro Pai Nosso. O Monte das Oliveiras é um grande cemitério judaico, mas também segue com suas oliveiras antiquíssimas (algumas com mais de 2000 anos) e carregadas de azeitonas.

Todos os passeios aqui contam alguma história Sagrada para uma das três religiões ou até para todas ao mesmo tempo, como é o caso da Cúpula da Rocha. A catacumba de Maria, por exemplo, é citada na viagem noturna de Maomé e é sagrada para os muçulmanos também.

A Cidade Velha

Hoje caminhamos cerca de 15 km por dentro da Cidade Velha de Jerusalém. Andamos pelos bairros muçulmano, cristão, armeno e judeu. Fomos até a Igreja do Santo Sepulcro, percorremos toda a Via Dolorosa e visitamos o Muro das Lamentações.

A cidade velha parece um verdadeiro labirinto com suas construções em pedra e corredores estreitos. Pequenas banquinhas vendem de tudo: suco de romã, falafel, souvenirs das diferentes religiões, especiarias, roupas e muito mais.

Fui até a parte do muro permitida somente para homens onde as pessoas rezam e deixem pequenos pedaços de papel com pedidos entre as pedras do muro. Uma experiência muito diferente, com certeza.

Comi o melhor falafel da minha vida no Moshiko, uma lanchonete perto do hotel. A comida daqui é muito boa em geral e sempre muito bem temperada.

Amanhã seguiremos para o Monte das Oliveiras. Tudo aqui tem ladeiras e escadas o tempo todo. Por sorte, a temperatura  está bem agradável, na casa dos 23 graus.

Jerusalém

Chegamos em Jerusalém para o Yom Kippur, o dia do perdão. Durante 25 horas, o comércio fecha completamente e os judeus não comem, bebem qualquer tipo de líquido, trabalham ou utilizam qualquer tecnologia. É o feriado mais importante do ano.

Nossa viagem começou em um Toyota Prius. O táxi nos deixou no terminal 2 do aeroporto às 4h da manhã. Já tínhamos feito o check-in online e seguimos direto para a sala de embarque. Decolamos às 6h em um voo da Norwegian Airlines em direção à Tel Aviv. a viagem dura 4h25 e Israel está uma hora a frente da Espanha. 

Em Tel Aviv alugamos um carro e pegamos a estrada. Os supermercados fecham às 15:00 na sexta-feira e, devido ao Yom Kippur, tudo permanece fechado até o por do sol de sábado.

Pouco depois das 15h, a cidade já parecia abandonada. Procurei um estacionamento para deixar o carro e estavam todos com a cancela aberta e sem funcionários. Acabei deixando na rua mesmo (o estacionamento não é cobrado durante o shabbat).

Compramos água, pão, leite, queijo, presunto, café, cereal, iogurte e alguns salgadinhos locais com húmus  para um lanche. 

A cidade velha é realmente fantástica. A atmosfera é única e parecemos estar em um livro de história. Além de todas as referências das religiões abraâmicas que aconteceram aqui, há também uma parte considerável da história da humanidade que foi escrita aqui nos últimos 6.000 anos.

Amanhã conheceremos melhor a cidade. Até agora tudo pareceu fantástico! 

Visita

Hoje estamos recebendo a nossa terceira visita em Barcelona. Depois das amigas da Noruega e da minha mãe, chegou a vez da mãe da Sarah.

O voo foi bem tranquilo e agora é só ela descansar um pouco. Amanhã começamos os passeios pela cidade.

Na TV

O que falar de um desenho animado que tem Nina Simone na trilha sonora? Na sua quarta temporada, Will Arnett interpreta a voz de Bojack Horseman, um cavalo que ficou famoso em um sitcom dos anos 90.

Para quem não tem paciência de assistir o desenho, O mesmo Will Arnett tem outra série na Netflix chamada Flaked, em que interpreta uma versão sem grana de Bojack.

Acabei de assistir Narcos recentemente. A série tem José Padilha como produtor executivo (ele também dirigiu 2 episódios) e contou com Wagner Moura nas duas primeiras temporadas. Estou gostando muito da terceira temporada, apoiada no talento do ator chileno Pedro Pascal (Agente Peña) e do argentino Alberto Ammann (Pacho).

A última temporada de House of Cards está bem ruim. Não existe mais clima para séries sobre política americana. A realidade superou a ficção e tomou tamanha complexidade que ninguém mais considera o tema fonte de entretenimento.

Os serviços de streaming deram muitas opções de conteúdo ao telespectador. Entre Amazon Prime Vídeo, HBO España, Netflix e a Movistar, são dezenas de séries originais recém-lançadas que eu tenho acesso. Muitas produções de baixa qualidade, muitos atores sendo sub-aproveitados e muito dinheiro sendo jogado fora. Muita gente está pagando €7/mês para assistir meia dúzia de séries boas por ano, mas o mercado não deve crescer mais no mesmo ritmo. A saturação é inevitável. É no fim das contas, de €7 em €7 a conta no fim do mês acaba ficando salgada.

Estava pesquisando sobre a Globo Internacional aqui na Europa. O canal mistura a programação da Rede Globo com um pouquinho dos canais Globosat (GloboNews principalmente). Eles vendem o serviço somente por streaming na maioria dos países. É natural que a Globo se transforme em um serviço de streaming no Brasil também. As pessoas já se habituaram a ver conteúdo on-demand na Netflix e no YouTube e não terão mais paciência de esperar o horário deste ou daquele programa na TV.

Resolvi fazer um test-drive da Globo aqui em casa e hoje pela manhã a Ana Maria Braga e o Louro José entraram aqui na sala de casa pela primeira vez. Plin-Plin!

Cavas & Cocas

Hoje fomos jantar em um restaurante típico catalão no bairro gótico. A especialidade do local são as cocas, um pão com “coisas” em cima. As “coisas” em questão são similares aos recheios de pizza, tal como queijo e presunto. O sabor tradicional leva pimentões assados e queijo de cabra.

Tivemos como companhia duas amigas, uma de Lyon na França e outra que mora em Dublin na Irlanda. Elas vieram passar o fim de semana em Barcelona para comemorar o aniversário de uma delas.

A Sarah conheceu a Julia que mora em Dublin enquanto estava tirando o passaporte italiano na Calábria. Ela morava em São Paulo antes e se mudou para Dublin depois de conseguir a cidadania. A amiga francesa, Blandine,  estudou inglês em Dublin com ela.

A noite foi muito agradável e é sempre bom trocar ideias com pessoas morando em outras cidades da Europa. Comparamos climas, preços e  trocamos dicas de viagem.